A epidemia silenciosa

e sobre o superpoder do futuro | Edição 017

Se você está lendo isso, significa que ainda há esperança. Sei que pode parecer difícil, em um mundo onde a leitura foi sufocada e substituída por distrações sem fim. Mas precisamos falar sobre o que perdemos, e o que ainda podemos recuperar.

O Regime sabe que uma população que lê é uma população que pensa. Que questiona. Que enxerga além do que lhe é mostrado.

Foi por isso que tomaram as histórias de nós. Não de uma vez, mas aos poucos.

Primeiro, disseram que eram desnecessárias. Depois, que eram perigosas. Agora, a maioria já se esqueceu do que significa abrir um livro e se perder nele.

Ler exige algo que eles querem erradicar: a capacidade de atenção. A paciência para seguir um raciocínio longo. A força para lidar com ideias complexas. A empatia para compreender outros pontos de vista.

Estudos mostraram que quando lemos sobre uma experiência, nosso cérebro reage como se a tivéssemos vivido. Outros mostraram que imaginar as jornadas de personagens fictícios melhora sua capacidade de compreender as emoções e perspectivas de pessoas reais.

A leitura nos torna mais humanos. E é exatamente isso que eles temem.

Nos fizeram acreditar que não temos mais tempo para isso. Que é mais fácil consumir fragmentos de informações, mensagens rápidas, estímulos incessantes. Mas pare e se pergunte: quantas vezes você já pegou um celular, olhou para ele, fechou, e depois abriu de novo segundos depois, sem nem perceber?

Eles querem que nos acostumemos com esse estado de atenção fragmentada. Porque assim, nunca questionamos. Nunca resistimos.

Mas aqui está a verdade: ler é um ato de resistência.

Cada página lida, cada ideia compartilhada, cada história que sobrevive é uma ameaça ao controle que querem impor sobre nossas mentes. Eles nos tiraram muito, mas não conseguiram apagar tudo. Ainda há livros escondidos. Ainda há pessoas que lembram. Ainda há tempo para recuperar o que foi perdido.

Por isso, pedimos: leia. E faça os outros lerem. Passe adiante. Ensine uma criança a se encantar por uma história. Incentive um amigo a terminar um livro. Lembre aos mais velhos do que um dia foi normal.

Porque enquanto houver quem leia, haverá quem pense. E enquanto houver quem pense, ainda teremos uma chance.

Não desista. Não se esqueça. Leia.

A Resistência

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